Adoráveis Mulheres - sincero e acolhedor

By Lívia Medeiros - 19:09


Olá! Como estão? Espero que bem. Podem pegar suas xícaras de café ou chá que esse post vai ser minha declaração de amor ao filme (e livro) Adoráveis Mulheres - ou Mulherzinhas!

Vamos começar falando que o livro de Louisa May Alcott me surpreendeu, mas a leitura foi bem lenta, porém não deixou de ser boa. O filme de 2019 fez jus à história e estou muito orgulhosa e feliz de ter assistido, tanto dublado quanto legendado, uma adaptação tão incrível e emocional, real e cativante.

A direção de Greta Gerwig - a mesma que dirigiu Ladybird - foi maravilhosa e sensível, realista e certa nos momentos certos de posição de câmera no ambiente e atores! Faz toda a diferença porque só ali sem diálogos com o instrumental de piano ou até vendo fotos já dão vontade de assistir. O roteiro é alternado entre partes do presente e passado, e as cores vão mudando também, como tons mais amarelados e alegres do antes e azulados e cinzas em depois. A história se conecta e logo entendemos o ritmo, o que aconteceu e como os personagens evoluíram. Foi uma boa jogada e não torna tão entediante para um filme de duas horas, como as outras adaptações antigas seguindo a linha cronológica do livro.

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Também vou acrescentar o figurino lindo e bem feito, aquela coisa bem de época porém mais moderna e diferente daqueles romances que geralmente vemos na Inglaterra. Aqui estamos em plano EUA durante a Guerra Civil Americana e os costumes são um pouco diferentes. Adorei como mudaram os penteados e tipos de roupas mais maduras enquanto alternavam para elas sendo jovens e mais velhas. Dá uma sensação de amadurecimento e tempo passado, especialmente a Amy e Meg que mudam bastante ao longo do tempo.

A atuação foi tudo de bom nesse filme. Eu fiquei impressionada. Da primeira vez que assisti em português pude observar e absorver a história, mas vendo a voz real deles, em inglês, é uma visão melhor do sentimento que eles colocaram, dos sotaques e emoção que eles transmitem! (sem desmerecer a dublagem, é incrível aliás!).

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Sobre os atores secundários, por mais que eles não apareceram tanto foram importantes e merecem destaque aqui pela interpretação. Laura Dern foi maravilhosa no papel de mãe das meninas como pessoa amável e carinhosa que é, e o cuidado com as filhas foi lindo, principalmente os diálogos dela com a Jo, muito tocantes e importantes - a cena que a Jo fala sobre o temperamento dela, e outra de mulheres, amor, solidão foi simplesmente tudo. A diferença entre amar e querer ser amado foi a lição que Jo precisava naquele momento.
Meryl Streep estava maravilhosa, a maquiagem deixou-a bem convincente e foi bem engraçado vê-la como aquela mulher meio arrogante e rica. O personagem de John também merece um lugarzinho aqui por ser o melhor marido do mundo e super fofo, e é claro que Friedrich também! Não gostava muito desse personagem porque mal o vi nos livros então me senti conectada os suficiente para gostar dele sendo o par romântico de ~ uma certa pessoa que vocês devem saber quem (isso é spoiler de um livro de 1868 gente) ~. Esse filme o deixou mais interessante e merecedor do final haha eles tem uma ligação intelectual.


A dinâmica das irmãs também é algo forte e bonito, que também muda ao longo dos anos. É aquela família grande, uma casa barulhenta onde todos falam ao mesmo tempo, mas se importam uns com os outros. As March tem talentos e ambições diferentes, e não deixam de se amarem mesmo com as brigas, ciúmes, o que tem em toda família, mas também o respeito!


Vamos falar sobre os personagens e atores agora, os principais, começando com a Jo pela Saoirse Ronan: Meu. Deus. Do. Céu.
Essa mulher parece uma pintura de tão linda.
Ela foi uma das minhas adaptações favoritas da Jo junta da Winona Ryder. Tem aquele jeito de moleca, aventureira e com a mente criativa que ninguém pode parar. Virou uma das minhas personagens favoritas da vida. Tudo o que ela almeja, ama, chora, fez uma conexão comigo. Jo tem o espírito livre e quer isso, quer ser escritora, não pretende se casar, é atenciosa e pode ser bem durona, mas ao mesmo tempo é frágil e solitária, e sempre está prestes a desabar. Ela foi tão real que me fez chorar. Me atingiu direto. O jeito que ela se porta com as irmãs, a mãe, e o Laurie também, é muito bonito de se ver. Ela não tem medo de esconder quem é e o que pensa.



Continuando com o Laurie, ele foi um personagem muito marcante pra mim (aliás por ser o Timothee interpretando ele, e eu amo esse cara). Ele tem um jeito próprio de se portar, a fala, um cuidado e carinho com as March, mas uma amizade sincera. Dá pra ver que eles são bem abertos e eles mesmos quando estão juntos. Laurie e Jo tem a amizade maravilhosa, eu me vi muito ali com meus amigos, e tudo o que ele tem com a Amy durante o filme mostra como aprendeu a amar de um jeito diferente, como ele evoluiu e percebeu que essas coisas mudam mesmo, que amor pode ser diferente com pessoas diferentes.

E uma coisa que eu nunca imaginei: a personagem da Meg. Ela teve mais destaque. Sinceramente não gostava muito dela porque é a irmã mais velha e só queria saber de dinheiro, vestidos, etc. Nesse filme a Emma Watson (❤️) me conquistou! Há a vontade dela de ser da alta classe, mas não ultrapassa o amor que ela sente pelo marido, depois. Ela é feliz e é o que importa. 
Beth também foi um tiro no peito pra mim porque ela é "a melhor de nós", como disse a Amy, e merece tanto ter um lugar reservado nesse post. Ela é a alma da família, talentosa, doce, tímida, tem uma ligação profunda com a Jo - inclusive o motivo dela voltar a escrever e ser motivada foi a Beth! - e com o vizinho, o Sr Laurence, bem relação pai e filha.


Por último e não menos importante: AMY. AAAAAAA.
Melhor personagem empatada com a Jo sim ou com certeza?

Depois de pensar muito eu concluí que sim, ela foi perfeita. A atriz Florence Pugh fez toda a diferença. Ela foi uma das que mais evoluiu, é bem nítida a mudança dela de criança/ adolescente para uma mulher adulta. Todo o discurso sobre casamento ser um contrato, sobre seu desejo de ser pintora, amor, sobre sempre ter se sentido na sombra da Jo a vida inteira foi tão bem explorado, que chega a um ponto que eu me revirei na cadeira esperando ela ter aquele final feliz que merecia. Ela só era bobinha e ciumenta, mas uma mulher forte depois disso e pronta para conseguir o que quer, dar sua opinião, apesar das circunstâncias sociais, e isso influenciava demais nas escolhas dela. Senti a pressão que havia nisso, aquele sentimento que não ser boa o suficiente, capaz, até chegar no ponto de desistir do amor verdadeiro ou do trabalho que ela deveria amar.
Mas uma das melhores coisas foi o arco dela e do Laurie. Eu juro que antes não gostava muito deles dois, mas depois desse filme tudo mudou. Parece que abriu meus olhos e aconteceu que eles deviam estar juntos o tempo todo. desde o crush que ela tinha, os desenhos, a diversão, até as conversas mais sérias tempos depois sobre responsabilidade e amor. Amy podia ser ela mesma perto dele, e ele também. Tudo - os elogios dele sobre ela ser linda, aquela tensão na cena da sala de pintura - foi maravilhoso e satisfatório. Não vou contar mais coisas senão já é spoiler demais.

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Adoráveis Mulheres não é só um filme de época de drama. Tem partes leves, uma fotografia bela, humor, romance, e pessoas reais com desejos e amadurecimento! Foi um filme maravilhoso que todos devem assistir e admirar!

Muito obrigada por ler até aqui! Conta o que achou do filme ou do livro, se deu vontade com essa resenha aqui haha. Vejo vocês no próximo post, e não esqueçam de me seguir lá no Instagram @Ldesaturno.

Beijão!




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5 comentários

  1. Eu ainda não vi o filme mas to enrolando para ver porque quero muito ler a obra antes porém não to me aguentando. Só vejo elogios para ele e o elenco é maravilhoso demais <3

    Abraço,
    Parágrafo Cult

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  2. A fotografia e tudo esse cenário é impecável! Ainda não assisti nem li o livro, mas com certeza pretendo.

    Beijos

    Imersão Literária

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  3. Ai mdss que resenha maravilhosa!! Vou assistir hoje mesmo.. sem falar desse elenco encantador, tenho certeza que valera cada minuto <3

    Deetz Blog

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  4. Eu lembro de ver aquela versão dos anos 90... não sei se é a mesma história, pois ainda não conferi essa versão, mas as duas dividem o mesmo título!

    Depois de um tempo ausente, tô de volta!

    E quero te ver novamente por lá. Até!



    Obs: Estou em um novo endereço, mundoalternativo! ;)

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  5. Eu quero muito ver esse filme. Desde que comecei a ler romances históricos, me apaixonei por esse tipo de filme.
    Nostalgia Barbie

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